QUEIMADURAS
As queimaduras podem ser superficiais ou profundas. As queimaduras superficiais podem ser de primeiro ou segundo grau. As de primeiro grau, como as queimaduras solares, não geram bolhas, deixam apenas a pele avermelhada (eritematosa) e muito dolorida. Podem ser tratadas apenas com cremes calmantes e hidratantes, higiene local, e analgésicos orais para aliviar a dor. Quando, muito extensas e associadas com desidratação, mal-estar geral, ou seja, sintomas de insolação, o paciente deve procurar uma emergência.
Queimaduras de segundo grau, podem ser superficiais ou profundas. As superficiais são muito dolorosas, causam bolhas, eritema e dor local. As profundas atingem camadas mais profundas da pele, podendo gerar uma pele mais empalidecida.
Queimaduras de terceiro grau são aquelas que fazem lesão em toda a profundidade da pele, e como as terminações nervosas da pele são atingidas, são indolores. Costumam ser lesões esbranquiçadas e/ou acinzentadas.
Muitas vezes só é possível definir a profundidade final da queimadura após as primeiras 48 a 72h, pois a lesão tecidual e a cascata de inflamação evoluem nesse período.
Existem também as queimaduras elétricas e por produtos químicos, que costumam ser graves, podendo atingir os órgãos internos.
Quanto mais profunda a queimadura, maior o tempo para cicatrização da pele. Queimaduras de segundo grau profundo demoram em média 3 semanas para cicatrização, as de terceiro grau 1 a 2 meses, podendo demorar mais dependendo da extensão. Quanto maior o tempo até a cicatrização, maior as chances de complicações como infecção local ou sistêmica, cicatrizes hipertróficas, quelóides, fibrose, retrações cicatriciais com perda de mobilidade.
Todo paciente que sofrer queimadura de segundo grau ou mais profunda, deve procurar uma emergência médica para ser orientado quanto ao tratamento.
Todo paciente que apresentar queimaduras elétricas, por produtos químicos, que sejam extensas e/ou profundas, ou que afetem a face, períneo, mãos, ou quando em crianças, deve procurar preferencialmente um centro de queimados, onde haverá um cirurgião plástico além do clínico geral, para oferecer um melhor tratamento. Nesses casos geralmente a internação imediata é indicada.
O cirurgião plástico é o especialista responsável pelo tratamento local das lesões por queimadura, é ele que orienta como deve ser feito o curativo, e quando é necessário realizar um procedimento cirúrgico para cobertura das feridas como a enxertia de pele ou rotação de retalhos locais.
Também é ele que acompanha o paciente no consultório após a alta, avaliando a evolução da cicatrização, podendo indicar tratamentos ou procedimentos futuros quando a cicatriz evolui mal apesar de todos os esforços.
Queimaduras profundas, como já citado anteriormente, têm maior probabilidade de evoluir com alterações da cor (discromias), fibroses, quelóides, cicatriz hipertrófica, que quando em áreas de mobilidade como pescoço, cotovelos, joelhos, mãos etc. podem gerar sequelas não só estéticas como funcionais.
No caso em que uma cicatriz antiga incomoda o paciente por motivos estéticos ou funcionais, o paciente deve agendar uma consulta com um cirurgião plástico para avaliar as possibilidades de tratamento.